terça-feira, 2 de junho de 2009

Jornal O Estado de SP em PDF, Terça, 02 de Junho de 2009

O voo 447 (Rio-Paris) da Air France saiu do Aeroporto do Galeão às 19h30 de domingo e seguia desaparecido até a 0h30 de hoje. As autoridades já tratavam o caso como "catástrofe aérea", a pior da história da Air France e a primeira com um modelo Airbus A330. Trata-se ainda do primeiro acidente grave nessa rota - considerada segura - em mais de sete décadas e o maior no mundo desde 2004. Os 228 passageiros e tripulantes - incluindo 59 brasileiros - têm "escassas perspectivas" de serem localizados, nas palavras do presidente francês, Nicolas Sarkozy. Ele chegou a trocar condolências com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. As buscas, que seguiriam por toda a madrugada, serão intensificadas hoje em uma zona de algumas dezenas de milhas náuticas, perto da metade do caminho entre Natal, no Brasil, e Dacar, no Senegal.
Os passageiros e tripulantes compõem um mosaico de 32 nacionalidades, incluindo 72 franceses, 26 alemães, 9 italianos, 6 suíços, 5 britânicos e 5 libaneses. As dificuldades de identificação, aliás, já eram grandes desde a manhã, porque dezenas de passageiros têm dupla cidadania. Em Paris, à tarde, os painéis do Aeroporto Charles de Gaulle ainda apontavam o voo AF 447 como "em atraso".

De acordo com informações oficiais, divulgadas pelo diretor-presidente da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, até as 3h33 (22h33 no Brasil) não havia anomalias no voo. Naquele momento, o avião estava a 565 km de Natal, no Brasil, e voava a 840km/h e a uma altitude de 11 mil metros. "A última mensagem foi habitual. O controle aéreo foi informado de que o avião deixava o espaço aéreo brasileiro. Nesse momento, estava em velocidade de cruzeiro", explicou o executivo. Na sequência, o Airbus viajaria cerca de duas horas e meia em uma região sem controle de radares, sobre o Atlântico, até ingressar no espaço aéreo do Senegal.

Às 4h13 (23h13 de Brasília), contudo, o sistema automático do avião passou a enviar, por ondas de rádio, uma dezena de mensagens nas quais acusava a pane de vários objetos elétricos da aeronave. O envio dos sinais se estendeu por 4 minutos, até que o sinal foi perdido. "Essas mensagens técnicas assinalaram uma série de situações imprevistas a bordo da aeronave. Depois delas, não houve mais trocas. É provável que pouco após essas mensagens tenha se produzido o impacto no Atlântico", informou Gourgeon.

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